Ir ao médico sempre foi algo muito comum. Ir ao dentista, ao oftalmologista... Até aí tudo bem. A ida ao psicólogo, por outro lado, apesar de ainda sofrer um pouco de preconceito, está se tornando cada vez mais normal e aceita. Mas e a consulta com um sexólogo? Essa ainda é um baita tabu! Você conhece alguém que já tenha se consultado com esse profissional? Você já sentiu que precisava, ou teve essa vontade?
No texto de hoje vou falar sobre algumas das principais dúvidas que sexólogos recebem em seus consultórios. Aquelas dúvidas que, provavelmente, você (e todo mundo) também tem, mas tem vergonha de perguntar. Quem lembra da Laura Müller no programa Altas Horas? A dúvida sempre começava com "um amigo meu quer saber…". Risos. Mas pode ficar tranquilo que aqui você não precisa ter vergonha. O papo é só entre eu e você, ok?
Pra começar, hoje vou falar sobre as principais dúvidas que as mulheres levam aos sexólogos e sexólogas. O próximo post será sobre as dúvidas dos homens, combinado? Então, vem comigo!
O que faz um sexólogo?
Pra começar, acho importante definir exatamente o que faz o sexólogo, caso você não tenha ideia do que eu estou falando.
Bem, o sexólogo é um profissional da saúde especializado em sexologia. Geralmente, ele é um médico, psicólogo ou fisioterapeuta, com diferentes meios de te ajudar. Ou seja, a sexologia é uma ciência que aborda as questões do comportamento sexual humano. Não é só sobre o ato sexual em si, mas sobre a sexualidade e tudo que a envolve, como fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais.
Além disso, a sexologia também pode te ajudar a lidar com outros assuntos, como por exemplo abusos sexuais, educação sexual, gravidez, controle de natalidade e aborto.
As principais dúvidas das mulheres
As dúvidas sobre sexo sempre existem e são várias. Mas algumas delas são muito mais comuns entre a maioria das pessoas, independentemente do lugar onde vivem e do contexto. Então vou falar aqui hoje sobre algumas das dúvidas que as mulheres mais levam aos sexólogos e sexólogas e as respostas para elas.
1. Por que tenho pouco desejo sexual?
Bom, a falta de desejo sexual pode ter muuuuitos motivos. Pode ser medicação, mudança de estilo de vida, você pode estar passando por um período complicado profissionalmente ou com sua família, ou até mesmo pode ser uma mulher que tenha sido mãe há pouco tempo e está no período de amamentação, fase que pode reduzir o desejo. Por isso, é uma questão que deve ser sempre muito bem avaliada. É preciso analisar a situação da relação também. Mas a única certeza é que em vez da mulher se culpabilizar, deve tentar perceber de onde é que vem essa dificuldade, até porque ela pode ter vários fatores, não apenas um.
2. O que me impede de atingir o orgasmo?
No caso das mulheres, muitas vezes pode ser por culpa da dificuldade na excitação. O fato da maioria das mulheres não se excitar tão rápido no começo também faz com que, depois, elas não consigam chegar na excitação máxima que leva ao orgasmo.
A dificuldade que várias mulheres sentem para se soltarem e concentrarem-se no momento presente da relação sexual e no que estão sentindo também influencia. Mas, acima de tudo, são as dificuldades na excitação inicial que conduzem à dificuldade em atingir o orgasmo.
Outra causa bastante comum é que muitos medicamentos - o que inclui ansiolíticos e antidepressivos - podem ter como efeito colateral a redução da libido e da excitação, o que também contribui para a dificuldade de atingir o orgasmo.
3. Qual é a idade ideal para iniciar a vida sexual?
Essa questão aparece muito, tanto nos consultórios, quanto em fóruns pela internet. Normalmente, em relação aos jovens, os sexólogos têm uma resposta relativamente simples: a legislação atual só identifica alguém como sendo capaz de consentimento para o ato sexual a partir dos 14 anos. Ou seja, a prática sexual antes dessa idade pode ter repercussões legais sérias para o parceiro ou parceira. Agora, do ponto de vista da sexologia e da psicologia, a pessoa deve ter relações sexual APENAS quando ELA se sente preparada. E isso pode ocorrer aos 16 anos, aos 20 anos, aos 30 e por aí vai. O importante é que a decisão seja da mulher e não de alguma pressão social ou mesmo do parceiro.
4. O sexo acaba para as mulheres com a chegada da menopausa?
Realmente existem muitas mulheres que, com a chegada da menopausa, passam a sentir menos desejo sexual. Às vezes, isso acontece sim por causa da alteração hormonal, mas não é só isso: para as mulheres, o envelhecimento traz uma coisa negativa, que é a questão da imagem e da auto-estima, o que influencia muito na libido. Mas o sexo não tem que acabar e pode até se tornar mais gratificante!
Existem muitos casos de mulheres que, durante a fase fértil, tinham muito receio de engravidar e, por isso, não conseguiam se soltar na relação. Mas agora que elas já não tem risco de gravidez e que os filhos já não estão mais em casa, finalmente encontram mais espaço para viver sua intimidade de forma mais liberta.
É importante que as mulheres procurem, durante a menopausa, um acompanhamento clínico para avaliar a possibilidade de usar algum medicamento que ajude a repor os hormônios o que, dentre outras coisas, pode ajudar a melhorar o desejo sexual. Também é interessante usar produtos que ajudem na lubrificação, porque, geralmente, as mulheres têm mais dificuldade de lubrificação com o passar dos anos. E a Erosmania tem uma
enorme variedade de lubrificantes que, além da sua função principal de facilitar a penetração, conseguem tornar a relação mais divertida e - literalmente - saborosa!
Hoje em em dia são muitas as opções e estratégias pra ajudar as mulheres no processo de envelhecimento. O mais importante são os fatores psicológicos, que limitam muito a intimidade, porque a mulher deixa de se sentir desejada ou desejável. Até porque muitas sentem irritação, calor e mal estar e esses fatores acabam sendo limitadores da sexualidade. A minha sugestão então é: procure acompanhamento! Você não precisa passar por isso sozinha.
5. É normal ter apenas orgasmos clitorianos?
Sim! Fique 100% tranquila! A maior parte das mulheres atinge o orgasmo somente com estimulação clitoriana, já que o clitóris é a maior estrutura de prazer das mulheres e possui uma quantidade enorme de terminações nervosas dedicadas a isso. Por este motivo, a maior parte das mulheres não consegue atingir o orgasmo apenas com a penetração, necessitando de estimulação clitoriana ou antes ou durante a relação. Então, não se preocupe se você não consegue gozar apenas com penetração, ok? Isso é totalmente normal.
Existe uma infinidade de
sextoys que podem ser usados antes ou durante a penetração.
Anéis penianos com vibrador, assim como
vibradores para casais sempre estão entre os produtos mais vendidos na Erosmania por esta razão. Isto sem falar da grande variedade de
vibradores e sugadores clitorianos que podem ser usados a dois, nas preliminares, durante a relação sexual ou mesmo quando estamos sozinhas e bate aqueeeeela vontade!
6. Por que a penetração dói?
Calma lá… A penetração não deve doer! Se dói, é porque existe algum problema. Normalmente, quando a dor é logo na entrada da vagina é devido a pouca lubrificação. Muitas vezes, pelo nervosismo do momento, os músculos também podem se contrair demais. E isso, somado à falta de lubrificação, dificulta a entrada do pênis, ou do vibrador, ou dildo, o que resulta em dor para a mulher, é claro.
Então, novamente, pra facilitar a vida de todo mundo: lubrificante nelas! E, claro, buscar ao máximo relaxar. Seja com exercícios de relaxamento e foco no presente, com uma massagem, e principalmente, confiando na pessoa com quem você está.
Agora, se a dor persistir, ou se ela for muito intensa, mesmo você estando relaxada, aí é hora de procurar um médico, combinado?
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E aí, o que você achou das principais dúvidas das mulheres para sexólogos? Alguma dessas dúvidas era a sua? Se não era, pense na possibilidade de procurar um sexólogo para ajudar você a entender melhor a sua sexualidade e esclarecer tudo que você quer saber. Informação é sempre uma boa escolha e hoje em dia existem vários ótimos profissionais que podem ajudar você nisso. Vamos normalizar a saúde sexual!
Beijos,
Bianca Mel.