Você sabia que no dia 31 de julho é comemorado o dia do orgasmo? Um dia muito gostoso pra comemorar! Por conta disso, durante esse mês, vou abordar temas relacionados ao clímax do prazer aqui no blog. Espero que vocês gostem! Pra começar nossa viagem, nesse primeiro texto vou falar sobre como o orgasmo era visto na antiguidade, qual sua relação com a ciência e também com a sociedade. Mas, espera, que na próxima semana tem também a segunda parte desse texto, ok? Vamos lá!
I. O orgasmo na antiguidade: tabus e misticismo
Na antiguidade, o orgasmo era frequentemente envolto em mistério e mitologia. Nas culturas egípcia e grega, por exemplo, o orgasmo era associado a divindades e rituais de fertilidade. Na mitologia grega, o orgasmo feminino era relacionado à deusa Afrodite, a deusa do amor e da beleza, enquanto o orgasmo masculino estava ligado a Dionísio, o deus do prazer e da fertilidade. Os rituais e celebrações em honra a essas divindades, frequentemente, envolviam a busca pelo prazer sexual, acreditando-se que essa conexão com o divino poderia trazer bênçãos e fertilidade.
No entanto, apesar dessas percepções positivas em algumas culturas, também existiam tabus e restrições em relação ao prazer sexual. Em algumas sociedades antigas, como a romana, o prazer feminino era desvalorizado e considerado secundário em relação à procriação. Acreditava-se que o único objetivo do sexo era a reprodução e que o prazer feminino era desnecessário e até mesmo perigoso. Essas visões negativas em relação ao prazer sexual feminino podem ser atribuídas à estrutura patriarcal e à supressão da sexualidade feminina que era uma maneira de exercer poder e controle sobre elas.
Além disso, mesmo nas culturas que celebravam o orgasmo, como a grega, a percepção do prazer sexual variava entre homens e mulheres. Enquanto o orgasmo masculino era amplamente aceito e até mesmo incentivado, o orgasmo feminino muitas vezes era considerado secundário e de menor importância. O prazer feminino era frequentemente ignorado e as mulheres eram vistas como meras receptoras do prazer masculino. Essa desvalorização do orgasmo feminino refletia a visão de que a sexualidade das mulheres deveria estar subordinada às necessidades e desejos dos homens.
Apesar dessas restrições e desvalorizações, é importante reconhecer que a antiguidade também foi um período de diversidade de visões e práticas sexuais. Em algumas culturas, como a indiana, o Kama Sutra, um antigo texto indiano sobre amor e prazer sexual, explorava de forma abrangente diferentes técnicas e posições sexuais, destacando a importância do prazer mútuo e da satisfação tanto para homens quanto para mulheres.
II. A ciência do orgasmo: mecanismos e efeitos
Avançando pro campo científico, a compreensão do orgasmo evoluiu ao longo dos séculos. Atualmente, sabemos que o orgasmo é um complexo conjunto de respostas fisiológicas e neurológicas. Durante o orgasmo, ocorrem contrações musculares rítmicas em várias partes do corpo, incluindo os genitais, o ânus e até mesmo o útero. Essas contrações são acompanhadas pela liberação de hormônios, como ocitocina e endorfina, que promovem uma sensação de prazer e bem-estar.
Além disso, a ciência tem revelado a existência de diferentes tipos de orgasmo. Enquanto o orgasmo clitoriano é o mais conhecido e comum, já sabemos que as mulheres também podem experimentar orgasmos a partir da estimulação de outras áreas sensíveis, como os mamilos, o ponto G e até mesmo o colo do útero. Essa compreensão mais ampla da variedade de fontes de prazer tem contribuído para uma maior valorização da diversidade sexual e para uma abordagem mais inclusiva do prazer feminino.
No cérebro, o orgasmo é mediado por uma complexa interação de neurotransmissores, como a dopamina, a serotonina e a ocitocina. Estudos utilizando técnicas de imagem cerebral têm mapeado as áreas ativadas durante o orgasmo, revelando a ativação do córtex cingulado anterior, responsável pelo processamento das sensações prazerosas, bem como outras áreas relacionadas à emoção e ao prazer. Essas descobertas têm contribuído para uma melhor compreensão dos mecanismos neurobiológicos por trás do orgasmo.
Além de seu papel no prazer sexual, o orgasmo também traz uma série de benefícios pra saúde! Durante o clímax, o corpo libera endorfina, um analgésico natural que ajuda a aliviar a dor. Além disso, a ocitocina liberada durante o orgasmo promove a sensação de ligação e intimidade, fortalecendo os laços afetivos entre os parceiros. Estudos também indicam que o orgasmo pode melhorar o humor, reduzir o estresse e fortalecer o sistema imunológico, contribuindo para uma maior qualidade de vida. Essas descobertas científicas têm nos permitido compreender melhor o orgasmo, tanto em sua dimensão fisiológica quanto em seu impacto no bem-estar e na saúde!
III. O orgasmo na sociedade e cultura: de tabu a celebração
A percepção e aceitação do orgasmo variaram ao longo da história, influenciadas por normas sociais e culturais. Em determinadas épocas, o prazer sexual era reprimido e considerado imoral, especialmente quando associado a conceitos religiosos e morais rígidos. Durante o período vitoriano, por exemplo, o prazer sexual era encarado com puritanismo e repressão. No entanto, com a revolução sexual do século XX, houve uma mudança significativa nas atitudes em relação ao orgasmo. A sociedade começou a enxergá-lo como uma expressão saudável da sexualidade humana e as restrições começaram a ser questionadas e superadas.
Atualmente, vivemos em uma época em que o orgasmo é cada vez mais celebrado e valorizado. A conversa em torno do prazer sexual e do orgasmo se tornou mais aberta e inclusiva. Há uma conscientização crescente sobre a importância do prazer e da satisfação sexual como aspectos fundamentais do bem-estar e da qualidade de vida.
A representação do orgasmo na mídia e na cultura popular também desempenha um papel significativo na forma como é percebido na sociedade. Filmes, séries de TV, livros e músicas frequentemente retratam o orgasmo como um momento de intenso prazer e conexão entre os parceiros. Essas representações têm o poder de influenciar as percepções e as expectativas em relação ao prazer sexual, porém é importante lembrar que nem sempre refletem a diversidade de experiências reais.
Nesse contexto, é fundamental considerar a importância da educação sexual abrangente e baseada em evidências! A compreensão do orgasmo, suas diferentes manifestações e a promoção de uma sexualidade saudável e consensual são fundamentais para uma vivência plena do prazer sexual. É necessário superar estigmas e tabus, oferecendo informações precisas e acessíveis sobre o orgasmo, seus mecanismos e seu potencial impacto na saúde e no bem-estar.
Além disso, é essencial destacar a importância da igualdade de gênero no contexto do orgasmo. Por muito tempo, houve uma disparidade na valorização e no reconhecimento do prazer feminino em comparação ao masculino. No entanto, o movimento feminista tem desempenhado um papel fundamental na luta pelo empoderamento e pelo reconhecimento do prazer sexual feminino. Mas isso é assunto pro nosso próximo texto!
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Espero que você tenha gostado de aprender um pouco mais sobre a história do orgasmo. É importante que a gente curta o prazer, mas também que a gente compreenda e se eduque sobre ele. Vejo vocês na semana que vem, com a parte 2 desse conteúdo interessantíssimo e cheio de informações valiosas pra sua vida e pro seu prazer. O mês do orgasmo tá só começando!
Beijos,
Bianca Mel