Sempre que falamos sobre sexo, a principal curiosidade é sobre a prática. Como fazer meu parceiro ou parceira gozar, como me fazer gozar, como inserir brinquedos no sexo, como aumentar o prazer do casal que está junto há bastante tempo… Enfim, estes são alguns dos temas que as pessoas mais tem curiosidade, né? Mas você já parou pra se perguntar sobre as explicações de como tudo acontece? Então, é sobre isso que eu vou falar hoje. Bora aprender um pouquinho mais sobre as fases do sexo? Vamos nessa!
As fases do sexo
Ainda que cada relação sexual seja muito particular, a química do nosso corpo age de uma maneira muito parecida em cada momento do sexo. Começando pelo desejo, partindo pra excitação, depois o orgasmo - que é o clímax - e depois o repouso. É como se fosse uma sinfonia, sabe? Vem comigo que eu explico!
Parte um: o desejo
Por um bom tempo se acreditava que o desejo de fazer sexo vinha de dentro da gente, tipo um impulso pra satisfazer uma necessidade biológica. E se acreditava também que a mulher que não sentisse esse impulso era considerada frígida. E até hoje isso permanece: ainda achamos que, se sentimos pouco desejo, tem algum problema com a gente. Mas a verdade é que, na maior parte dos casos, a falta de tesão não indica problema nenhum! O desejo da mulher, diferente do homem, é responsivo. Enquanto o do homem é espontâneo, ou seja, movido pela atração.
Muitas vezes, a mulher não entra na relação sexual com vontade de transar. Esse desejo vai acontecendo aos poucos, de acordo com as carícias. É por isso que as ditas "preliminares" (entre aspas porque, na verdade, preliminar já é sexo, né?) são tão importantes pra nós, mulheres. São esses toques e carinhos que rolam nesse momento que vão dar o gatilho pra excitação. Então, nessa hora, é importante focar nos toques lentos e carícias delicadas, como beijos de língua, no pescoço, na barriga e coxas, que aumentam a excitação, que é a próxima fase.
Parte dois: a excitação
A segunda fase é a da excitação, que evolui de uma forma bem gradual. Ela é caracterizada fisiologicamente pela vascularização dos genitais. Mas o que isso significa? Significa que os órgãos masculinos e femininos se enchem de sangue, o que provoca a ereção masculina e a lubrificação feminina. O clitóris também aumenta de tamanho e extravasa do prepúcio, a pele que o recobre. Da mesma forma, a pressão cardíaca e arterial aumenta e a respiração fica mais intensa.
No começo da excitação, pode ser que a penetração não seja tão interessante pra maioria das mulheres, caso a vagina não esteja lubrificada o suficiente. Esse é um momento de explorar a pele circundante do clitóris, em vez de partir logo para o estímulo direto. Tenha em mente que quanto mais tempo demora em um movimento, mais a expectativa e o tesão aumentam.
Com esse aumento da excitação, entram em cena duas palavrinhas muito importantes, conhecidas como os dois "F" do orgasmo: fantasia e fricção. Isso quer dizer que o pensamento deve estar voltado para o momento erótico e o estímulo adequado e constante. Pra muitas mulheres, parar o movimento ou alterar o padrão pode acabar com a vontade de gozar. E aí vocês vão ter que começar tudo de novo. Na relação a dois, é importante que a mulher dê sinais ao parceiro do que está dando certo. E como fazer isso? Com simples palavras, por exemplo: "continue assim que eu vou gozar".
Uma coisa bem importante aqui: começar com calma e ir percebendo a receptividade do par. Movimentos delicados, como deslizar o dedo e a língua funcionam. É importante estimular em diferentes velocidades e pressões, até encontrar o ritmo ideal, enquanto alterna com estímulos em outras partes do corpo.
Parte três: o orgasmo
Agora, o momento seguinte é aquele que todo mundo espera: o orgasmo. Assim que a excitação aumenta, o prazer começa a vir em ondas. E ele vai se tornando cada vez maior. E isso resulta em que? Nele, o orgasmo. Na mulher, o orgasmo provoca contração na musculatura da vagina e no útero. A lubrificação intensifica e as mamas enrijecem. Nos homens, a pele das bolsas escrotais fica mais lisa e os testículos e a glande aumentam discretamente de tamanho.
O orgasmo não costuma durar mais do que alguns segundos, mas o prazer é muuuuuito intenso. Depois que isso acontece, no caso da mulher, a vagina relaxa e sofre pequenas contrações involuntárias e o corpo fica bastante relaxado. Uma coisa que já mencionei aqui: durante o orgasmo é jorrada a endorfina que causa uma sensação de felicidade e bem-estar. Oxitocina também é liberada, o que favorece a conexão emocional com o parceiro ou parceira e também ajuda a aliviar dores e tensões.
Parte quatro: a recuperação
Existe vida depois do orgasmo? Existe sim. A fase seguinte é a da recuperação. Depois do orgasmo e de toda essa liberação de hormônios que rola durante o momento em que você goza, acontece uma intervenção da amídala, que é a região do cérebro reguladora do comportamento sexual. Ela faz com que o corpo volte a funcionar como ele funcionava antes do ato sexual.
No caso da mulher, o clitóris fica muito mais sensível e muitas mulheres sentem dor ao tocá-lo. Porém, se continuarem os estímulos, o primeiro orgasmo pode reverberar e acontecer o chamado orgasmo múltiplo. Que é uma delícia, diga-se de passagem. Mas, pra isso, você e seu parceiro ou parceira precisam focar em movimentos suaves e prazerosos, pra retomar a excitação. Mas, se isso não acontecer, não se cobre! Ficar no primeiro orgasmo é muito bom, basta sentir a sensação que o corpo traz de relaxamento e curtir o prazer que você acabou de vivenciar.
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E aí, curtiu entender um pouco mais sobre os porquês de tudo acontecer como acontece? Como falei, o sexo é diferente pra cada pessoa relação, e é claro que quanto menos roteirizado, melhor. Mas algumas explicações biológicas são sempre interessantes pra gente adquirir conhecimento, não é mesmo? Depois me conta se você curtiu e até a próxima!
Beijos,
Bianca Mel